Quando oriento uma oficina de TOQUE trabalho com um conceito que vai além de "autorretrato". Falo em "autoimagem". Um termo que traz, implícito, o olhar do outro.
Na sensibilização que fazemos, no início de cada atividade, lanço perguntas aos participantes: no que você se singulariza dos demais? O que os outros veem em você de diferente? São questões que remetem a processos comparativos.
Parece-me claro que, ao buscarmos
a materialização plástica de nossa identidade pessoal, essa busca nos leva, inexoravelmente, ao outro, aos outros - ou seja, à relação
indivíduo/coletividade, tema central do projeto TOQUE.
Penso que,
antes mesmo do criador ter a
oportunidade de ver seu autorretrato ladeado por um “mar de
autorretratos” (quando seu trabalho estiver inserido no conjunto colaborativo) - antes dele poder compará-lo com outros - ele já desenhou um coletivo dentro de si.
Hélio Schonmann