Fazer parte do projeto TOQUE é privilégio para um
artista, especialmente por não existirem pré-requisitos para participação nessa coautoria - a não ser o
desejo de realizar um autorretrato em relevo, com papel e cola. Digo isso
pensando no contexto das artes, que considero extremamente parametrizado, há
muito. Em TOQUE o que realmente conta é a capacidade de expressão que cada
pessoa traz dentro de si, de forma latente, e que os participantes tem a possibilidade
de materializar. Penso que essa é a essência, a verdadeira natureza do fazer artístico
e de ser artista.
No meu caso, tenho atuado nas artes visuais por mais de 30
anos e nunca havia realizado uma
escultura, a não ser com auxílio do meio digital, pois não tenho a necessária
mobilidade nas mãos para um trabalho dessa
natureza. Na elaboração do autorretrato de TOQUE contei com a parceria de meu aluno no Centro
Universitário SENAC - São Paulo, Roberto Schmitz. Empregamos um princípio de
topografia - a curva de nível - que
resultou numa máscara muito interessante
e única.
Participei, durante a mostra de TOQUE na Biblioteca
Guita e José Mindlin, da mesa de um dos encontros do ciclo OLHARES TRANSVERSOS –
PROGRAMAS PÚBLICOS, que focou temas levantados pelo projeto, entre eles a
inclusão. Dialogar com pessoas que eu tanto admiro foi algo especial. Contamos
com um público muito qualificado, de áreas diferentes daquelas nas quais atuo.
Mostrar meu trabalho nesse recorte generoso constituiu uma ótima oportunidade.
Percebi que minha fala contribuiu de alguma forma para esclarecer pontos
importantes desse projeto, jogando luz
sobre toda uma trajetória de trabalhos colaborativos anteriores, nos quais participei
e que resultaram por fim na produção dessa instalação. Nesse encontro a essência
humanista de TOQUE ganhou ainda mais nitidez: um projeto extremamente
oportuno, ainda mais quando pensamos no tempo em que vivemos.
Paulo Pt Barreto
articulador e coautor de TOQUE
Paulo Pt Barreto
articulador e coautor de TOQUE
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